terça-feira, 30 de abril de 2013

Sismo dos Açores teve já mais de 100 réplicas


(actualizado às )






Com epicentro a 34 quilómetros da ilha de São Miguel, foi o sismo de maior magnitude sentido nos Açores desde 2007. Não há registo de vítimas ou danos.


Mais de uma centena de pequenas réplicas do sismo com epicentro na ilha de São Miguel foram registadas nesta terça-feira nos Açores, revelou ao PÚBLICO o director executivo do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), João Luís Gaspar.
 
O primeiro e mais forte abalo foi sentido às 6h25 (7h25 de Lisboa) e teve uma magnitude de 5,9 na escala de Richter, segundo o US Geological e de 5,8 na escala de Richter, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Entre a hora do sismo inicial e as 14h foi registada mais de uma centena de réplicas, sendo a de maior magnitude de 4,4 na escala de Richter.
 
“Foi dos eventos de maior magnitude verificados nas imediações da ilha de São Miguel desde 2007”, frisa o director do Sistema de Vigilância Sismológica dos Açores - SIVISA. “Trata-se de um sismo de origem tectónica normal numa zona activa conhecida do arquipélago, na fronteira entre a placa euro-asiática e a placa africana”, acrescenta João Luís Gaspar.
 
Com magnitude relativamente elevada, o sismo “tem sido seguido também, como é normal nestas circunstâncias, por réplicas, duas das quais sentidas na ilha de São Miguel com fraca intensidade”, revela o responsável pelo observatório sismovulcânico dos Açores. “É expectável que nas próximas horas continuem a ocorrer mais réplicas”, admite.
 
O facto de o epicentro ficar 34 quilómetros a sudeste de São Miguel fez com que não houvesse vítimas e fossem insignificantes os danos causados nesta ilha. “O cenário seria completamente diferente se ocorresse mais próximo e traria outras consequências, nomeadamente para o parque habitacional vulnerável à actividade sísmica”, frisa Gaspar. E recorda a destruição provocada, há quase 15 anos no Faial, por um terramoto com praticamente a mesma magnitude (5,8 na escala de Richter), mas com epicentro cinco quilómetros a nordeste da ilha.
O terramoto registado a 9 de Julho de 1998 provocou a destruição generalizada das freguesias de Ribeirinha, Pedro Miguel, Salão e Cedros na ilha do Faial, atingindo também várias localidades do Pico. Morreram nove faialenses e 1700 pessoas ficaram desalojadas.
 
Na escala qualitativa de Mercalli modificada, com o grau máximo de XII e usada para determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e naturais, a fúria ocorrida no Faial foi de intensidade VIII-IX (efeito entre o ruinoso e destruidor), acima do nível V-VI (entre o forte e bastante forte) registada na madrugada desta terça-feira na ilha de São Miguel. Este evento foi ainda sentido nas ilhas de Santa Maria, com intensidade V, e na ilha Terceira.
 
O SIVISA e a Protecção Civil dos Açores “continuam a acompanhar a situação” e recomendam à população “os cuidados normais para situações típicas de actividade sísmica”, alerta Gaspar.
Ricardo Barros, presidente da Protecção Civil dos Açores, disse à rádio TSF, que não há destruição. Os Bombeiros de São Miguel e Santa Maria estão no terreno a avaliar a situação após este forte sismo". A Protecção Civil dos Açores encontra-se no terreno, com os bombeiros locais, a averiguar se o sismo provocou danos humanos e materiais, mas até ao momento não há qualquer registo. Fonte dos bombeiros da localidade de Povoação disse à Lusa que “não foram registados danos” e que “não receberam ainda telefonemas de alerta”, até porque “a população já está habituada” à actividade sísmica.
 
in Jornal PÚBLICO, 30 de Abril de 2013 

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