quinta-feira, 2 de maio de 2013

BCE baixa taxas de juro para 0,5%

É a primeira alteração de taxas desde Julho de 2012. Draghi tenta reanimar a economia.

Mario Draghi, presidente do BCE DANIEL ROLAND/AFP


O Banco Central Europeu decidiu nesta quinta-feira, pela primeira vez desde Julho do ano passado, baixar a sua principal taxa de juro de refinanciamento, de 0,75% para 0,5%. Este é o novo mínimo histórico desde a criação da autoridade monetária europeia, em 1999.
Mario Draghi e os seus pares tentam deste modo criar mais estímulos à actividade económica, num cenário em que a zona euro se encontra, desde o final do ano passado, em recessão.
A descida da taxa de referência do BCE permite que os bancos comerciais da zona euro consigam obter fundos junto do banco central a um custo mais reduzido. Para as famílias e as empresas, o impacto positivo mais imediato pode vir de uma descida das taxas Euribor, que servem de indexante para a grande maioria dos empréstimos realizados em Portugal. No entanto, é necessário levar em linha de conta que, nas últimas semanas, as taxas Euribor já tinham registado uma evolução que antecipava a decisão agora tomada pelo BCE.
De facto, o presidente do BCE já tinha assinalado, a seguir à reunião do mês passado, a intenção do banco central agir para contrariar uma conjuntura económica negativa, em que a taxa de inflação está a caminhar para valores abaixo do limite imposto pelos estatutos do BCE.
Mario Draghi irá, ao início da tarde de hoje, explicar esta decisão em conferência de imprensa. Os responsáveis máximos do BCE reuniram-se hoje em Bratislava, numa das duas reuniões anuais que não se realizam na sede do BCE, em Frankfurt.
Existe ainda uma forte expectativa em relação ao que irá ser dito por Draghi em relação a medidas não convencionais, ou seja, que vão além da simples descida dos juros. Cada vez mais analistas – e mesmo alguns dos principais responsáveis do BCE – têm vindo a alertar para a reduzida eficácia que uma descida da taxa de juro do BCE pode ter no actual cenário. Apesar das taxas já estarem há muito tempo a níveis historicamente baixos, as empresas e as famílias europeias continuam a ter um acesso limitado a crédito barato, principalmente nos países denominados como periféricos. É este o caso de Portugal.
 
in Jornal Público, 2 de Maio de 2013

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