Concurso Nacional de Vinhos quer contribuir para aumentar a visibilidade externa.
Mais de mil vinhos e dezenas de provadores estrangeiros. Pela primeira vez o Concurso Nacional de Vinhos realizou-se com o propósito declarado de piscar o olho aos principais mercados de exportação, tendo contado, por isso, com a participação de jurados oriundos de vários países. Especialistas no sector, mas sobretudo influentes críticos e fazedores de opinião que são, como é sabido, o melhor veículo para levar a mensagem até ao consumidor final.
Apesar de os números não serem ainda de molde a impressionar, tanto produtores como as autoridades do sector acreditam que há espaço e caminho para fazer crescer as exportações. Num mercado onde o crescimento tem sido dominado pelos produtores de fora da Europa, Portugal registou um crescimento sustentado nos últimos três anos, tanto em valor como volume de vendas. Outro aspecto a ter é conta é o que resulta do facto de o nosso país ser agora o 10.º país no ranking de exportações de vinho, sendo o 12.º produtor a nível mundial.
O grande problema é que as exportações, sobretudo nos vinhos de mesa, assentam ainda numa estrutura de baixos preços. É que enquanto o vinho francês é exportado por um valor médio por litro acima dos seis euros, os vinhos portugueses não chegam sequer ainda aos 1,5 euros, abaixo de países como Nova Zelândia, Chile ou África do Sul (ver infografia).
Apesar de tudo a tendência tem sido de crescimento, embora muito ligeiro, mas ao contrário daquilo que se passa com a generalidade dos produtores europeus, com excepção da França. Na vizinha Espanha, que se tornou no segundo exportador mundial, ultrapassando a França e só atrás da Itália, o preço por litro parece cair nos últimos anos na proporção em que aumenta o volume de vendas.
Quer isto dizer que os espanhóis necessitam de vender uma cada vez maior quantidade de vinho ao exterior para arrecadar o mesmo nível de receita.
Um fenómeno que se reflecte também nas nossas vendas para o país vizinho. Nos últimos três anos a exportação de vinho português para Espanha mais que quintuplicou (de 43.771 para 229.375 hectolitros, ao mesmo tempo que o preço caía de 2,64 euros para apenas 88 cêntimos por litro). Trata-se sobretudo, como está bom de ver, da venda de vinhos de granel, que os agentes do sector querem ver cada vez mais restringida em favor dos vinhos engarrafados de qualidade, sobretudo os de denominação de origem protegida (DOP).
É neste tipo de vinhos que assenta a promoção internacional, com resultados que se têm revelado bastante satisfatórios. Nalguns mercados os valores/litro aproximam-se até dos vinhos da França e da Nova Zelândia, que são os mais valorizados no mercado internacional, e ultrapassam até os valores médios da Itália.
Oriente a crescer
Muito estimulante é olhar para o que se passa com a exportação de vinhos DOP portugueses para o Oriente, onde atingem já hoje valores muito interessantes. O mais alto (6,85 euros/litro) verifica-se em Hong-Kong, logo seguido por Macau (5,15) e China (4,26).
Se a isto associarmos o potencial de crescimento que esta região representa, então forçoso será concluir que o futuro se apresenta como prometedor para os vinhos de qualidade produzidos no nosso país. Entre os cinco destinos que mais valorizam os vinhos DOP, seguem-se a Alemanha (3,67 euros/litro) e a Áustria (3,33).
Por quantidades exportadas, os EUA lideram a compra de vinhos DOP, seguindo-se Angola, Alemanha, França e Brasil.
É sobretudo neste tipo de vinhos que tem consistido a aposta de promoção da associação interprofissional do sector vitivinícola, a ViniPortugal, entidade que organizou o Concurso Nacional de Vinhos que decorreu ao longo desta semana.
Além de dar a provar centenas de vinhos aos jurados que vêm dos principais mercados, a ideia passa também por dar mais visibilidade externa aos vinhos, como explicou o presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro. Em paralelo com o concurso, os jurados internacionais tiveram também oportunidade de participar eventos especiais dedicados a vinhos Alvarinho, Touriga Nacional e ainda outro apenas com vinhos portugueses com idade. Visitaram também produtores de zonas menos conhecidas como a Vidigueira ou Serra da Estrela.
O concurso contou com o número recorde de 1004 vinhos em prova, a maioria tintos, que teve também a novidade de terem desta vez participado a generalidade dos grandes produtores nacionais.
Os mais de 30 jurados estrangeiros, provenientes de nove países, fizeram parte do júri que durante quatro dias analisou e classificou os vinhos, atribuindo as habituais medalhas de bronze, prata e ouro.
Coube depois ao grande júri, presidido por Luís Lopes, director da Revista de Vinhos, e constituído ainda pelos especialistas Tom Firth (Canadá), Mary Ewing Mulligan (EUA), Jorge Carrara (Brasil), e David Schwarzwalder (Alemanha) seleccionar os grandes medalhas de ouro (apenas de entre os vinhos anteriormente classificados com o grau Ouro). Destes, sai o vencedor absoluto.
Os prémios só serão anunciados no próximo dia 7 de Junho, numa cerimónia a ter lugar no lisboeta Pátio da Galé, onde a ViniPortugal espera contar com algumas das mais altas figuras públicas.
Apesar de os números não serem ainda de molde a impressionar, tanto produtores como as autoridades do sector acreditam que há espaço e caminho para fazer crescer as exportações. Num mercado onde o crescimento tem sido dominado pelos produtores de fora da Europa, Portugal registou um crescimento sustentado nos últimos três anos, tanto em valor como volume de vendas. Outro aspecto a ter é conta é o que resulta do facto de o nosso país ser agora o 10.º país no ranking de exportações de vinho, sendo o 12.º produtor a nível mundial.
O grande problema é que as exportações, sobretudo nos vinhos de mesa, assentam ainda numa estrutura de baixos preços. É que enquanto o vinho francês é exportado por um valor médio por litro acima dos seis euros, os vinhos portugueses não chegam sequer ainda aos 1,5 euros, abaixo de países como Nova Zelândia, Chile ou África do Sul (ver infografia).
Apesar de tudo a tendência tem sido de crescimento, embora muito ligeiro, mas ao contrário daquilo que se passa com a generalidade dos produtores europeus, com excepção da França. Na vizinha Espanha, que se tornou no segundo exportador mundial, ultrapassando a França e só atrás da Itália, o preço por litro parece cair nos últimos anos na proporção em que aumenta o volume de vendas.
Quer isto dizer que os espanhóis necessitam de vender uma cada vez maior quantidade de vinho ao exterior para arrecadar o mesmo nível de receita.
Um fenómeno que se reflecte também nas nossas vendas para o país vizinho. Nos últimos três anos a exportação de vinho português para Espanha mais que quintuplicou (de 43.771 para 229.375 hectolitros, ao mesmo tempo que o preço caía de 2,64 euros para apenas 88 cêntimos por litro). Trata-se sobretudo, como está bom de ver, da venda de vinhos de granel, que os agentes do sector querem ver cada vez mais restringida em favor dos vinhos engarrafados de qualidade, sobretudo os de denominação de origem protegida (DOP).
É neste tipo de vinhos que assenta a promoção internacional, com resultados que se têm revelado bastante satisfatórios. Nalguns mercados os valores/litro aproximam-se até dos vinhos da França e da Nova Zelândia, que são os mais valorizados no mercado internacional, e ultrapassam até os valores médios da Itália.
Oriente a crescer
Muito estimulante é olhar para o que se passa com a exportação de vinhos DOP portugueses para o Oriente, onde atingem já hoje valores muito interessantes. O mais alto (6,85 euros/litro) verifica-se em Hong-Kong, logo seguido por Macau (5,15) e China (4,26).
Se a isto associarmos o potencial de crescimento que esta região representa, então forçoso será concluir que o futuro se apresenta como prometedor para os vinhos de qualidade produzidos no nosso país. Entre os cinco destinos que mais valorizam os vinhos DOP, seguem-se a Alemanha (3,67 euros/litro) e a Áustria (3,33).
Por quantidades exportadas, os EUA lideram a compra de vinhos DOP, seguindo-se Angola, Alemanha, França e Brasil.
É sobretudo neste tipo de vinhos que tem consistido a aposta de promoção da associação interprofissional do sector vitivinícola, a ViniPortugal, entidade que organizou o Concurso Nacional de Vinhos que decorreu ao longo desta semana.
Além de dar a provar centenas de vinhos aos jurados que vêm dos principais mercados, a ideia passa também por dar mais visibilidade externa aos vinhos, como explicou o presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro. Em paralelo com o concurso, os jurados internacionais tiveram também oportunidade de participar eventos especiais dedicados a vinhos Alvarinho, Touriga Nacional e ainda outro apenas com vinhos portugueses com idade. Visitaram também produtores de zonas menos conhecidas como a Vidigueira ou Serra da Estrela.
O concurso contou com o número recorde de 1004 vinhos em prova, a maioria tintos, que teve também a novidade de terem desta vez participado a generalidade dos grandes produtores nacionais.
Os mais de 30 jurados estrangeiros, provenientes de nove países, fizeram parte do júri que durante quatro dias analisou e classificou os vinhos, atribuindo as habituais medalhas de bronze, prata e ouro.
Coube depois ao grande júri, presidido por Luís Lopes, director da Revista de Vinhos, e constituído ainda pelos especialistas Tom Firth (Canadá), Mary Ewing Mulligan (EUA), Jorge Carrara (Brasil), e David Schwarzwalder (Alemanha) seleccionar os grandes medalhas de ouro (apenas de entre os vinhos anteriormente classificados com o grau Ouro). Destes, sai o vencedor absoluto.
Os prémios só serão anunciados no próximo dia 7 de Junho, numa cerimónia a ter lugar no lisboeta Pátio da Galé, onde a ViniPortugal espera contar com algumas das mais altas figuras públicas.
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