Lamego foi a cidade mais afectada pela tempestade, que provocou inundações e deslizamento de terras
Bastaram cinco minutos de chuva e granizo para provocar o caos, ontem à tarde, em Lamego. O distrito de Viseu foi atingido por uma tempestade violenta, que provocou inundações e vários condicionamentos em estradas.
Lamego foi a cidade mais afectada e o mau tempo levou todos os efectivos da Protecção Civil para a rua. O sistema de drenagem não aguentou a chuvada, o que provocou inundações e deslizamentos de terras para a zona mais baixa da cidade. O presidente da câmara, Francisco Lopes, explicava ontem que os funcionários da autarquia tentaram remediar os estragos e procederam, ao longo da tarde, "ao levantamento das tampas de saneamento para o escoamento das águas". Depois começaram as operações de limpeza. (...)
A trovoada provocou ainda um incêndio num barracão de lenha em Sande, por causa de um raio, e do outro lado do rio Douro também se fizeram sentir estragos: o comandante distrital de operações de socorro de Vila Real, Carlos Silva, adiantou que os bombeiros foram chamados para cerca de uma dezena de ocorrências, a maioria pequenas inundações provocadas pelo entupimento de sarjetas.
Um homem de 40 anos foi atingido por um raio quando trabalhava num telhado na aldeia de Cepões, nos arredores de Lamego. O comandante dos bombeiros, João Nuno, explicou à Lusa que o homem foi atingido num dos membros inferiores e transportado para o Hospital de Vila Real, com "ferimentos considerados graves", mas sem correr risco de vida. (...)
Tempo instável continua O tempo instável e as trovoadas são, segundo o meteorologista Manuel da Costa Alves, fenómenos habituais da segunda quinzena de Maio.
A diferença que se evidencia este ano é que as trovoadas chegaram mais cedo, "logo na primeira semana do mês", admite o especialista.
As trovoadas de Maio, acrescenta Manuel Costa Alves, são "situações muito irregulares no terreno" e, por norma, "têm poucos quilómetros quadrados de extensão". Caracterizam-se por chuva intensa durante espaços de tempo curtos e é difícil prever onde podem ocorrer. "Faz parte do processo de transição para o Verão", diz o meteorologista. É que o tempo já está quente "mas continua a haver a entrada de ar marítimo, o que leva à formação de nuvens de desenvolvimento vertical, em altitude, e que geram grande quantidade de precipitação", descreve.
Para os próximos dias, pelo menos até sábado, o
Instituto de Meteorologia prevê a continuação de tempo instável e quente, com ocorrência de aguaceiros e trovoadas.
Jornal ionline - por Rosa Ramos, Publicado em 26 de Maio de 2011, Com Lusa