quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

As bacias hidrográficas em Portugal

 


Disciplina de Geografia A:
Aula prática de cartografia.

Parabéns à A. Santana, turma 11ºF, 2013_2014

BCE manteve taxa de juro nos 0,25%, confirmando as expectativas do mercado


Fotografia GeoMentor, 2012


O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira manter a taxa directora no mínimo histórico de 0,25%, confirmando as expectativas do mercado, que depois da ligeira subida da inflação na zona euro não esperava novo corte de taxas.
O BCE cortou a taxa directora em Novembro, de 0,5% para 0,25%, com o propósito de travar a queda da inflação e impulsionar a recuperação económica na zona euro.
Na última reunião mensal, o presidente do BCE, Mario Draghi, não excluiu a possibilidade de novo corte de taxas, se fosse necessário.
Entretanto, alguns indicadores económicos melhoraram, como a taxa de inflação homóloga na zona euro, que subiu de 0,7% para 0,9% em Novembro, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat.
A evolução da inflação representa uma interrupção numa tendência de queda que se registava desde Julho e que fez soar os alarmes em relação ao risco de entrada da zona euro em deflação.
A expectativa para a reunião de hoje e que será clarificada ao início da tarde, na habitual conferência de Imprensa, reside nas medidas não convencionais que o BCE possa vir a anunciar. O lançamento de um novo programa de LTRO (empréstimos de longo prazo) tem estado em cima da mesa.
Entretanto, nesta quinta-feira, a Comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu aprovou a nomeação de Danièle Nouy, actual secretária-geral do Banco de França, para presidente da supervisão bancária única europeia, a nova entidade monetária do BCE.
A nomeação de Nouy terá ainda de ser confirmada na sessão plenária do Parlamento Europeu na próxima semana, em Estrasburgo.
Danièle Nouy, escolhida pelo conselho de governadores do BCE para liderar este órgão de supervisão, assumirá as novas funções a partir de Novembro de 2014.




domingo, 6 de outubro de 2013

Mapa: Age of Internet Empires




The data are visualised as a choropleth map, where the colour indicates each country’s most visited website. Starting from the evident dominance of two companies (Google and Facebook), whose colours (red and blue, respectively) cover most of the map, we styled the illustration as an old colonial map, and named it after the computer game series Age of Empire. A second map below illustrates the same data, using the hexagonal cartogram of the Internet Population 2011.



 
 

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Central solar fotovoltaica de Amareleja

 
 
 
 
 

A Central Solar Fotovoltaica de Amareleja é uma central fotovoltaica, situada no concelho de Moura (Beja), sul de Portugal. Com capacidade instalada de 46,41 megawatts pico iniciais, a central já está a funcionar plenamente, produzindo cerca de 93 mil MWh de energia por ano, o suficiente para abastecer 30 mil habitações.
Está construída em um terreno de 250 hectares, em Amareleja, no concelho de Moura. Com 2.520 seguidores solares azimutais, equipados com 104 painéis solares cada um, a central foi a maior do mundo em 2008, em potência total instalada e capacidade de produção (actualmente está em 18º lugar). Estes seguidores são dispositivos mecânicos que orientam os painéis solares perpendiculares ao sol, desde a alvorada, a leste, até ao poente, a oeste.
 
 
 
 


 
A central foi desenvolvida, construída e é operada pela proprietária ACCIONA, grupo líder mundial em energias renováveis, presente em sete tecnologias limpas e em catorze países dos cinco continentes.
A Mitsubishi Corporation tem uma participação de 34% na sociedade promotora (Amper Central Solar, filial da ACCIONA), no quadro da aliança estratégica mantida entre ambos os grupos no âmbito das energias limpas.
 
 

 
 
 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Produtos da agricultura: Portugal é excedentário em vinho mas fortemente dependente em cereais e oleaginosas






Grau de auto-suficiência alimentar nacional situa-se nos 81%.

Portugal apresenta um grau de auto-suficiência alimentar de 81%, expresso em valor, para o conjunto dos produtos da agricultura, da pesca e das indústrias alimentar e das bebidas (média 2006-2010), indicador que se manteve estável durante o quinquénio.

Para os produtos agrícolas (inclui vinho e azeite), o grau de auto-suficiência situa-se nos 83%, evidenciando uma forte dependência do exterior em cereais e oleaginosas. Registam-se níveis próximos da auto-suficiência para o azeite, ovos, hortícolas e frutos frescos e um grau superior a 100% para o vinho.

Portugal apresenta um grau de auto-suficiência para os produtos da pesca na ordem dos 82% entre 2006 e 2010.
 
O valor médio anual da produção agrícola situou-se próximo dos 7 mil milhões de euros anuais entre 2006 e 2010, crescendo à taxa média de 1,2% ao ano nesse período.
Na estrutura da produção destacaram-se o vinho e o azeite que representaram, em conjunto, praticamente 1/4 (24,9%) do valor total da produção agrícola.
A produção pecuária (animais vivos) gerou em média um valor anual de 1,6 mil milhões de euros (23,3% do valor global da produção agrícola).
Os hortícolas constituíram um dos produtos agrícolas cujo valor da produção mais cresceu (6,2% ao ano).
 
in Boletim "Destaque", Abastecimento alimentar em Portugal, INE, (2 de Abril de 2013)

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Letónia adopta euro em 2014







A Letónia recebeu a “luz verde” para aderir à moeda única, a partir de 1 de Janeiro de 2014. A decisão formal foi adotada esta terça-feira pelos os ministros das Finanças da União Europeia durante a reunião do Ecofin.
(...)
O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn, garante que “a Letónia cumpre os cinco critérios de convergência de Maastrich e as suas políticas económicas estão num caminho sustentável.”


No 18.º Estado-membro da zona euro, a taxa de cambio é de cerca de 0,7 lats por cada euro. Mas de acordo com as últimas sondagens mais de 60% da população do país teme que a mudança para o euro represente uma subida dos preços. O primeiro-ministro da Letónia garante que não há esse risco.
Valdis Dombrovskis explica que vai ser assinado um acordo com o setor económico sobre o que chamámos a “introdução justa do euro”: há um compromisso para que a conversão dos preços seja feita de acordo com a taxa de cambio para que a mudança para o euro não seja usada para aumentar os preços.”

A correspondente da euronews em Bruxelas, Isabel Marques da Silva lembra que “nos próximos seis meses o governo de Riga vai concentrar-se nas questões técnicas, nomeadamente a atualização de bases de dados e um sistema de monitorização de preços. Quanto ao design das moedas de euro, garantiu que vão ser incluídios elementos do lat já que é um dos símbolos da independência face à UE”.

Irrigação inteligente para colheitas mais ‘verdes’




Os 100 hectares de um campo de milho em Juterbog, próximo de Berlim, são palco de uma experiência original. Os investigadores misturam fertilizantes na água e injetam o preparado num protótipo de um sistema de fertilização por irrigação. Chamam “fertirrigação”, a este sistema que permite simultaneamente fertilizar e irrigar os campos de forma constante e com uma monitorização permanente das condições atmosféricas e do solo para que as plantas tenham os nutrientes que necessitam em todas as fases de crescimento.

“Temos de controlar diferentes aspetos. A chuva, a luz que as plantas recebem ou ainda a estrutura e homogeneidade do solo. Não conseguimos controlar todos os elementos que influenciam as colheitas, mas controlar apenas alguns já é um grande desafio”, explica a engenheira química Lucía Doyle Gutiérrez.

Para a monitorização, foram desenvolvidos sensores capazes de ‘ler’ a composição do solo em nitratos, fosfatos, potássio e amónia, que contribuem para o crescimento das plantas. A ideia é equipar o sistema de irrigação com sensores e software, dando-lhe a capacidade de autonomamente decidir onde é quando é necessária mais ou menos água e fertilizante.
“Temos de assegurar que os sensores estão protegidos dos sinais eletromagnéticos circundantes. Para garantir leituras corretas, também é muito importante impedir que os sensores basculem. Finalmente, é preciso garantir que não falta a energia elétrica para alimentar a plataforma de sensores”, esclarece Martin Smolka, da Universidade de Tecnologia de Viena.

Sensores de solo, processadores de dados, unidades de controlo e distribuição devem então trabalhar em conjunto. O objetivo é ajudar os agricultores a poupar água e fertilizantes, mas não só:
“Este sistema também nos pode ajudar a poupar tempo. Podemos controla-lo à distância, a partir do computador no escritório e isso liberta-nos tempo para tratar de outras coisas que também são importantes”, refere Frank Hausman, agricultor.

Os investigadores veem ainda outros benefícios potenciais deste sistema inteligente de irrigação e fertilização.
“Não adianta passar muito tempo a avaliar a nutrição das plantas se o sistema de irrigação não for bom. Portanto, mesmo que o objetivo seja poupar o máximo de fertilizante, se o agricultor poupa 20 euros em fertilizante mas depois perde 30 euros por hectare em água, não ficará feliz. Mas se conseguir poupar os 20 euros e assim aumentar o lucro, ficará satisfeito”, explica Peter White, consultor em gestão de água.
(...)
“A pesquisa mostra que todo o processo de irrigação e fertilização é cada vez mais automático. Pode ser controlado à distância, até a partir de um smartphone, o que deixa muito satisfeitos os agricultores. Mas continuam a existir clientes que não dispensam as visitas regulares aos campos, que gostam de controlar manualmente o sistema, em vez de deixarem tudo em automático”, refere Stefan Scholz, promotor do projeto.

Independentemente da escolha dos agricultores, o mercado está a crescer, com a perspetiva de venda na Europa de 700 mil destes novos sistemas no prazo de 10 anos.

www.optifert.eu
 
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terça-feira, 25 de junho de 2013

Números de 2011 confirmam envelhecimento e desertificação do interior

Catarina Durão Machado  em

O estudo “Onde e como se vive em Portugal” do INE revela realidade da população portuguesa em 2011.



Paulo Ricca


Os novos dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), no relatório “Onde e como se vive em Portugal”, relativo ao ano de 2011, vêm confirmar o cenário de um país com 10,6 milhões de habitantes, cuja população é mais escassa no interior e com um número significativo de idosos a viverem sozinhos ou na companhia de outros idosos.

O estudo reflecte sobre a realidade da população e da habitação em Portugal, distribuída por Nomenclaturas de Unidades Territoriais (NUTS II), ou seja, por sete sub-regiões: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.
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A maior densidade populacional encontra-se na região de Lisboa, com 940 habitantes por Km2, no entanto, ocupa o segundo lugar (27%) da região mais populosa de Portugal, sendo a região Norte a detentora do maior número de residentes (com 35%).
A região Centro ocupa o terceiro lugar, com 22% da população portuguesa. Os municípios mais populosos do país são Lisboa (548 mil), Sintra (378 mil), Vila Nova de Gaia (302 mil), Porto (238 mil) e Cascais (206 mil), todos exemplos do litoral português.
Em contrapartida, os municípios com menor índice populacional são o Corvo, nos Açores, (430 habitantes), Barrancos, no Alentejo, (1.800), Porto Moniz, no arquipélago da Madeira, (2.700), Alcoutim, no Algarve, (3 mil), Penedono, no distrito de Viseu, (3 mil), e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, (3.200).
Segundo o estudo, resultante das conclusões definitivas dos Censos 2011, 19% da população tem idade igual ou superior a 65 anos, sendo que ”cerca de 60% vive só ou com outras pessoas do mesmo grupo etário”.
Da contabilidade feita aos alojamentos familiares, cerca de 14% são ocupados por idosos, sendo que metade deste número é atribuída a idosos a viverem sozinhos. “É na região da Madeira que se verifica a maior proporção de alojamentos ocupados por idosos sós”, refere o relatório.
Os municípios de Alcoutim, no Algarve, de Penamacor e Vila Velha de Ródão, na região Centro, são quem tem mais residentes com idade igual ou superior a 65 anos, com cerca de 43% das respectivas populações.

No entanto é no Alto Alentejo que se regista a maior concentração de população idosa, sendo Gavião, Nisa e Crato as zonas mais envelhecidas da região alentejana. Por outro lado, os municípios com menos população idosa pertencem à Região Autónoma dos Açores, nomeadamente a Ribeira Grande (8,6%) e a Lagoa (10%), ambos municípios pertencentes à Ilha de São Miguel.

Quanto à habitação, “entre os 5,1 milhões de alojamentos clássicos ocupados, cerca de 78% são residências habituais e 22% residências secundárias ou de uso sazonal”, revela o estudo.
Lisboa lidera no número de residências habituais, sendo também a região onde os habitantes compram e arrendam mais casas, por oposição à região Centro, onde as residências pertencem aos próprios habitantes. A região do Algarve apresenta o maior número de residências secundárias.



 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Temperaturas acima dos 30ºC na próxima semana

A partir de segunda-feira, as temperaturas máximas disparam e podem aumentar mais de dez graus em relação às desta semana.



Carta sinóptica (previsão) para Sábado dia 22.Junho.2013 (www.eltiempo.es)



A chuva e as temperaturas perto dos 20ºC vão desaparecer neste fim-de-semana e o calor vai regressar a partir de segunda-feira em Portugal continental. Segundo previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os termómetros deverão chegar aos 34ºC na região de Lisboa, uns quatro graus acima da média do esperado para Porto e Faro.
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O IPMA indica no site que, para a próxima sexta-feira, haverá ainda registo de céu muito nebulado nas regiões Norte e Centro, até meio da manhã, mas a temperatura mínima irá subir. Em Lisboa, os termómetros vão oscilar entre os 23ºC de máxima e os 15ºC de mínima, no Porto entre os 20ºC e os 13ºC e, em Faro, o calor já se fará sentir com a previsão de máximas de 29ºC e 17ºC de mínima.
No sábado, as nuvens vão desaparecer e o IPMA espera “uma pequena subida da temperatura máxima, mais significativa nas regiões do interior e no vale do Tejo”, com Lisboa a registar uma máxima de 26ºC, Porto de 22ºC e Faro de 31ºC. Até à próxima quarta-feira, a Região Sul do país será a que irá registar temperaturas com menor oscilação, entre os 29ºC e os 31ºC.
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A partir de domingo, a temperatura vai aumentar e, na segunda-feira, os termómetros vão disparar para os 33ºC em Lisboa e os 28ºC no Porto. Entre terça e quarta-feira, a região da capital vai manter-se nos 34ºC de máxima e os 21ºC de mínima, enquanto mais a norte, na região do Porto, são esperados 30ºC de máxima e 19ºC de mínima.
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Na Madeira e nos Açores, o IPMA não prevê grandes oscilações de temperatura. À semelhança do continente, não é esperada a ocorrência de chuva a partir do fim-de-semana, mas o calor ainda está longe de chegar aos dois arquipélagos.
Na Madeira, as temperaturas vão oscilar entre sábado e a próxima quarta-feira entre os 20ºC e os 24ºC, enquanto, nos Açores, os termómetros não vão ultrapassar os 19ºC de máxima.




Cientistas descobriram fractura tectónica em formação ao largo da costa portuguesa



Após os grandes terramotos de 1755 e 1969 em Portugal, já se suspeitava que algo estivesse a acontecer no fundo do Atlântico, próximo da Península Ibérica. Agora, cientistas portugueses, australianos e franceses afirmam ter descoberto os primeiros indícios desse fenómeno.



A descoberta de uma zona de subducção nas suas primeiríssimas fases de formação, ao largo da costa de Portugal, acaba de ser anunciada por um grupo internacional de cientistas liderados por João Duarte, geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália.
A confirmar-se que o fenómeno, em que uma placa tectónica da Terra mergulha debaixo de outra, está mesmo a começar a acontecer, como concluem estes cientistas num artigo publicado online pela revista Geology, isso significa que, daqui a uns 200 milhões de anos, o oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e as massas continentais da Europa e América a juntar-se num novo supercontinente.
João Duarte e a sua equipa de Monash, juntamente com Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera – e ainda Marc-André Gutcher, da Universidade de Brest (França) – detectaram os primeiros indícios de que a Margem Sudoeste Ibérica – uma margem “passiva” do Atlântico, isto é, onde aparentemente nada acontecia – está na realidade a tornar-se activa, explica em comunicado aquela universidade australiana. A formação da fractura foi detectada através do mapeamento pelos cientistas, ao longo de oito anos, do fundo do oceano nessa zona.
Detectámos os primórdios da formação de uma margem activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte, citado no mesmo comunicado.
E o investigador salienta que a actividade sísmica significativa patente naquela zona, incluindo o terramoto de 1755 que devastou Lisboa, já fazia pensar que estivesse a produzir-se aí uma convergência tectónica.
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A existência desta zona de subducção incipiente ao largo de Portugal poderá indiciar que a geografia dos actuais continentes irá evoluir, ao longo dos próximos 220 milhões de anos, com a Península Ibérica a ser empurrada em direcção aos Estados Unidos. Este tipo de fenómeno já terá acontecido três vezes ao longo de mais de quatro mil milhões de anos de história do nosso planeta, com o movimento das placas tectónicas a partir antigos supercontinentes (como o célebre Pangeia, que reunia todos os continentes actuais) e a abrir oceanos entre as várias massas continentais resultantes.
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O processo de formação da nova zona de subducção deverá demorar cerca de 20 milhões de anos, fornecendo aos cientistas uma “oportunidade única” de observar o fenómeno de activação tectónica.
 



 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

“Já há sintomas da crise demográfica em Portugal”



A propósito do último relatório da OCDE sobre migrações, o geógrafo Jorge Malheiros explica que emigração portuguesa está “entre as 80 mil e as 100 mil saídas por ano, desde 2010”.
 
Paulo Pimenta
 

Há mais portugueses a emigrar, sobretudo para fora da União Europeia. O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre migrações estima que 44 mil pessoas deixaram o país em 2011, contra as 23 mil saídas de 2010. Mas a própria OCDE sublinha aquilo que já se sabia: a emigração portuguesa é difícil de contabilizar, sobretudo quando se dá no espaço de livre circulação da União Europeia, pelo que as estatísticas oficiais estão muito aquém da realidade.
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“Os números do relatório são os fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, que contabiliza apenas as saídas superiores a um ano, sendo que mesmo nessas há um erro de amostra”, explica Jorge Malheiros, geógrafo e um dos responsáveis pelo contributo português para o relatório da OCDE.
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Segundo os cálculos deste especialista, haverá “entre 50 a 60 mil” portugueses a sair de Portugal por mais de um ano. Se a estes somarmos a “emigração temporária”, ou seja, por menos de um ano, “os números andarão à volta de 80 a 100 mil saídas por ano”.
Esta tendência, com repercussões já visíveis na diminuição do número de residentes em Portugal, “mantém-se nesta ordem de valores pelo menos desde 2010”, segundo Malheiros, para quem “2013 não será diferente”.
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Declarando-se “normalmente optimista”, Jorge Malheiros diz-se “obrigado a reconhecer que, nesta altura, já há sintomas de crise demográfica em Portugal”. Isto também porque o país está igualmente a perder imigrantes. Há menos gente a entrar, por um lado, e mais imigrantes a optarem por regressar aos países de origem, por outro.
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Sobre a imigração em Portugal o relatório da OCDE começa por apontar para um aumento de 30% em 2011, num total de 39.400 entradas. Mas, segundo Jorge Malheiros, este aumento não é real, correspondendo antes a “uma alteração na forma de cálculo” operada naquele ano. De resto, o próprio relatório diz que as autorizações de residência concedidas por Portugal diminuíram de 50.700 para 45 mil, de 2010 para 2011.
Do mesmo modo, o número total de estrangeiros a residir em Portugal diminuiu 2% em 2011, para as 439 mil pessoas. Destes, os brasileiros são 25%, seguidos dos ucranianos (11%) e dos cabo-verdianos (10%).
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E a descida só não é maior por causa do reagrupamento familiar e do crescimento do número de estudantes estrangeiros em Portugal, nomeadamente brasileiros. “Há já, de facto, uma redução do número de trabalhadores estrangeiros em Portugal, só compensada pelo aumento dos estudantes”, acentua aquele especialista.

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Greve leva ao cancelamento de metade dos voos em França




Sergio Moraes/Reuters


Os controladores de tráfego aéreo franceses abandonaram o trabalho no início de uma greve de três dias que começou esta terça-feira, deixando em terra centenas de aviões num protesto contra os planos da União Europeia de liberalizar o espaço aéreo comunitário.
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Um em cada dois voos para Paris, Lyon, Nice, Marselha, Toulouse e Bordéus foram cancelados, disse a autoridade para a aviação civil francesa, citada pela Reuters.
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Os trabalhadores estão preocupados com os planos da UE para a criação de um "Céu Único Europeu", receando que estes possam prejudicar as suas condições de trabalho.

O aeroporto de Marselha, no sul da França, disse no seu site da Internet, que foi afectado menos que os outros, com apenas um terço dos voos cancelados, ou seja, cerca de 100. Mas de 70 voos foram foram canceladas no aeroporto de Nice.
A britânica easyJet da Grã-Bretanha anunciou que iria cancelar 10 a 11 voos diários para Toulouse na terça e quarta-feira e que depois divulgaria o que aconteceria na quinta-feira. A Air France disse que tinha cancelado um número indeterminado de voos de curto e médio curso.
Os preparativos para o primeiro voo na Europa de novo Airbus A350 também foram afectados pela greve, disseram fontes dos Transportes franceses.
Por seu lado a TAP já tinha anunciado na segunda-feira que iria cancelar 19 voos de e para França em cada um dos três dias de greve.
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“Face à greve no controlo de tráfego aéreo em França, marcada para os dias 11,12 e 13 de Junho, foi indicada a todas as companhias aéreas com operação para aquele país a necessidade de reduzir em cerca de 50% a sua operação normal”, comunicou a companhia aérea portuguesa na sua página oficial na Internet, onde publicou a lista de voos que serão cancelados.

Segundo a Lusa, a TAP solicitava a todos os passageiros dos voos indicados que ainda não foram contactados que entrem em contacto com a companhia através do centro de contacto ou via Facebook.
Nesta segunda-feira de manhã, confirmou-se que 20 voos de várias companhias aéreas com partidas e chegadas nos aeroportos de Lisboa e Porto de e com destino a França foram cancelados. De acordo com informação do site da ANA na Internet, estavam cancelados quatro voos da TAP, um da Vueling, um da Air France e outro da Easyjet com partida de Lisboa com destino aos aeroportos de Orly e Charles de Gaulle, em Paris, Marselha, Nice e Lyon.
No que diz respeito às chegadas ao aeroporto de Lisboa, foram cancelados quatro voos, três da TAP e um da Air France provenientes de Paris, Lyon e Marselha.
No aeroporto Sá Carneiro, no Porto, foram cancelados quatro voos da Ryanair, da Vueling, da TAP e da EasyJet com destino a Paris, adiantou a Lusa.


domingo, 2 de junho de 2013

Pedro Nunes - Exposição 360º - Ciência Descoberta - FCG





Pedro Nunes (1502-1578)
Manuscrito de Florença (Florença, Biblioteca Natzionale Centrale) - Séc. XVI
 
 
O único manuscrito de Pedro Nunes que se conhece.
Contém importantes desenvolvimentos sobre as propriedades matemáticas
da linha de rumo, mais tarde chamada
"Curva loxodrómica".
 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

UE chega a acordo sobre nova política de pescas



Parlamento, Conselho e Comissão resolvem principais pontos de conflito em reforma que promete tornar a actividade sustentável.



Nelson Garrido


A União Europeia chegou a um acordo, nesta quinta-feira, sobre a reforma da política comum de pescas, que promete pôr fim à sobreexploração de recursos e tornar o sector mais sustentável, em termos ambientais, sociais e económicos.
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A nova política ainda deve passar pelo crivo final dos governos e dos eurodeputados. Mas, numa reunião que se estendeu pela madrugada, a Comissão, o Conselho e o Parlamento europeus resolveram os pontos de maior conflito, abrindo caminho a que o novo quadro para as pescas na Europa seja finalmente aprovado e entre em vigor em Janeiro de 2014.
Um dos aspectos centrais que fica desde já resolvido é o da proibição das rejeições de peixe capturado nas redes, mas que não interessa aos pescadores ou não pode ser pescado. A ideia da proibição era consensual, mas havia detalhes a acertar entre o Conselho e o Parlamento. Com a nova política, todos os peixes terão de ser trazidos para terra, já a partir de 2015. Mas haverá excepções.
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Um dos efeitos da medida para Portugal poderá ser a valorização de peixes que hoje são pouco consumidos – como a tainha do alto ou a boga. Mas os pescadores criticam a medida, considerando-a inútil e contraproducente.
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O Parlamento cedeu às posições do Conselho quanto aos detalhes da proibição das rejeições, mas obteve o acordo de que a distribuição das chamadas “oportunidades de pesca” entre os países terá de seguir critérios transparentes, de cariz ambiental e social. “Esta era uma das principais reivindicações das organizações não-governamentais”, afirma Gonçalo Carvalho, da PONG-Pesca, uma plataforma de associações portuguesas em torno do tema das pescas.

Um dos principais objectivos da nova política é acabar com a sobrepesca, um problema que afecta 75% dos stocks de recursos marinhos na Europa. Mas havia um diferendo entre o Conselho e o Parlamento sobre o calendário de recuperação dos stocks, até a um nível acima daquele que permita o “rendimento máximo sustentável” da pesca. Segundo o acordo agora conseguido, a meta será 2020, com 2015 como uma data intermédia, "onde for possível”.
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A reforma da política das pescas não tem sido pacífica entre os diferentes Estados-membros. Há duas semanas, os ministros europeus aprovaram um mandato para que a Irlanda – que detém a presidência rotativa da UE até ao final de Junho – pudesse conduzir as negociações finais com o Parlamento.
O resultado da reunião que terminou esta madrugada implica alterações às posições aprovadas pelos governos, mas é pouco provável que o assunto volte a um conselho de ministros europeu. “Ninguém quer voltar ao Conselho para negociar outro mandato”, disse o ministro irlandês da Agricultura, Alimentação e Pescas, Simon Coveney, numa conferência de imprensa. “Como um pacote, estou confiante de que [a nova política] será aprovada”, completou.

 

domingo, 19 de maio de 2013

Vinhos portugueses lançam-se à conquista do mundo atentos ao preço




 
Concurso Nacional de Vinhos quer contribuir para aumentar a visibilidade externa.
Mais de mil vinhos e dezenas de provadores estrangeiros. Pela primeira vez o Concurso Nacional de Vinhos realizou-se com o propósito declarado de piscar o olho aos principais mercados de exportação, tendo contado, por isso, com a participação de jurados oriundos de vários países. Especialistas no sector, mas sobretudo influentes críticos e fazedores de opinião que são, como é sabido, o melhor veículo para levar a mensagem até ao consumidor final.
Apesar de os números não serem ainda de molde a impressionar, tanto produtores como as autoridades do sector acreditam que há espaço e caminho para fazer crescer as exportações. Num mercado onde o crescimento tem sido dominado pelos produtores de fora da Europa, Portugal registou um crescimento sustentado nos últimos três anos, tanto em valor como volume de vendas. Outro aspecto a ter é conta é o que resulta do facto de o nosso país ser agora o 10.º país no ranking de exportações de vinho, sendo o 12.º produtor a nível mundial.
O grande problema é que as exportações, sobretudo nos vinhos de mesa, assentam ainda numa estrutura de baixos preços. É que enquanto o vinho francês é exportado por um valor médio por litro acima dos seis euros, os vinhos portugueses não chegam sequer ainda aos 1,5 euros, abaixo de países como Nova Zelândia, Chile ou África do Sul (ver infografia).
Apesar de tudo a tendência tem sido de crescimento, embora muito ligeiro, mas ao contrário daquilo que se passa com a generalidade dos produtores europeus, com excepção da França. Na vizinha Espanha, que se tornou no segundo exportador mundial, ultrapassando a França e só atrás da Itália, o preço por litro parece cair nos últimos anos na proporção em que aumenta o volume de vendas.
Quer isto dizer que os espanhóis necessitam de vender uma cada vez maior quantidade de vinho ao exterior para arrecadar o mesmo nível de receita.
Um fenómeno que se reflecte também nas nossas vendas para o país vizinho. Nos últimos três anos a exportação de vinho português para Espanha mais que quintuplicou (de 43.771 para 229.375 hectolitros, ao mesmo tempo que o preço caía de 2,64 euros para apenas 88 cêntimos por litro). Trata-se sobretudo, como está bom de ver, da venda de vinhos de granel, que os agentes do sector querem ver cada vez mais restringida em favor dos vinhos engarrafados de qualidade, sobretudo os de denominação de origem protegida (DOP).
É neste tipo de vinhos que assenta a promoção internacional, com resultados que se têm revelado bastante satisfatórios. Nalguns mercados os valores/litro aproximam-se até dos vinhos da França e da Nova Zelândia, que são os mais valorizados no mercado internacional, e ultrapassam até os valores médios da Itália.

Oriente a crescer
Muito estimulante é olhar para o que se passa com a exportação de vinhos DOP portugueses para o Oriente, onde atingem já hoje valores muito interessantes. O mais alto (6,85 euros/litro) verifica-se em Hong-Kong, logo seguido por Macau (5,15) e China (4,26).
Se a isto associarmos o potencial de crescimento que esta região representa, então forçoso será concluir que o futuro se apresenta como prometedor para os vinhos de qualidade produzidos no nosso país. Entre os cinco destinos que mais valorizam os vinhos DOP, seguem-se a Alemanha (3,67 euros/litro) e a Áustria (3,33).
Por quantidades exportadas, os EUA lideram a compra de vinhos DOP, seguindo-se Angola, Alemanha, França e Brasil.
É sobretudo neste tipo de vinhos que tem consistido a aposta de promoção da associação interprofissional do sector vitivinícola, a ViniPortugal, entidade que organizou o Concurso Nacional de Vinhos que decorreu ao longo desta semana.

Além de dar a provar centenas de vinhos aos jurados que vêm dos principais mercados, a ideia passa também por dar mais visibilidade externa aos vinhos, como explicou o presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro. Em paralelo com o concurso, os jurados internacionais tiveram também oportunidade de participar eventos especiais dedicados a vinhos Alvarinho, Touriga Nacional e ainda outro apenas com vinhos portugueses com idade. Visitaram também produtores de zonas menos conhecidas como a Vidigueira ou Serra da Estrela.
O concurso contou com o número recorde de 1004 vinhos em prova, a maioria tintos, que teve também a novidade de terem desta vez participado a generalidade dos grandes produtores nacionais.
Os mais de 30 jurados estrangeiros, provenientes de nove países, fizeram parte do júri que durante quatro dias analisou e classificou os vinhos, atribuindo as habituais medalhas de bronze, prata e ouro.
Coube depois ao grande júri, presidido por Luís Lopes, director da Revista de Vinhos, e constituído ainda pelos especialistas Tom Firth (Canadá), Mary Ewing Mulligan (EUA), Jorge Carrara (Brasil), e David Schwarzwalder (Alemanha) seleccionar os grandes medalhas de ouro (apenas de entre os vinhos anteriormente classificados com o grau Ouro). Destes, sai o vencedor absoluto.
Os prémios só serão anunciados no próximo dia 7 de Junho, numa cerimónia a ter lugar no lisboeta Pátio da Galé, onde a ViniPortugal espera contar com algumas das mais altas figuras públicas.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

BCE baixa taxas de juro para 0,5%

É a primeira alteração de taxas desde Julho de 2012. Draghi tenta reanimar a economia.

Mario Draghi, presidente do BCE DANIEL ROLAND/AFP


O Banco Central Europeu decidiu nesta quinta-feira, pela primeira vez desde Julho do ano passado, baixar a sua principal taxa de juro de refinanciamento, de 0,75% para 0,5%. Este é o novo mínimo histórico desde a criação da autoridade monetária europeia, em 1999.
Mario Draghi e os seus pares tentam deste modo criar mais estímulos à actividade económica, num cenário em que a zona euro se encontra, desde o final do ano passado, em recessão.
A descida da taxa de referência do BCE permite que os bancos comerciais da zona euro consigam obter fundos junto do banco central a um custo mais reduzido. Para as famílias e as empresas, o impacto positivo mais imediato pode vir de uma descida das taxas Euribor, que servem de indexante para a grande maioria dos empréstimos realizados em Portugal. No entanto, é necessário levar em linha de conta que, nas últimas semanas, as taxas Euribor já tinham registado uma evolução que antecipava a decisão agora tomada pelo BCE.
De facto, o presidente do BCE já tinha assinalado, a seguir à reunião do mês passado, a intenção do banco central agir para contrariar uma conjuntura económica negativa, em que a taxa de inflação está a caminhar para valores abaixo do limite imposto pelos estatutos do BCE.
Mario Draghi irá, ao início da tarde de hoje, explicar esta decisão em conferência de imprensa. Os responsáveis máximos do BCE reuniram-se hoje em Bratislava, numa das duas reuniões anuais que não se realizam na sede do BCE, em Frankfurt.
Existe ainda uma forte expectativa em relação ao que irá ser dito por Draghi em relação a medidas não convencionais, ou seja, que vão além da simples descida dos juros. Cada vez mais analistas – e mesmo alguns dos principais responsáveis do BCE – têm vindo a alertar para a reduzida eficácia que uma descida da taxa de juro do BCE pode ter no actual cenário. Apesar das taxas já estarem há muito tempo a níveis historicamente baixos, as empresas e as famílias europeias continuam a ter um acesso limitado a crédito barato, principalmente nos países denominados como periféricos. É este o caso de Portugal.
 
in Jornal Público, 2 de Maio de 2013

terça-feira, 30 de abril de 2013

Sismo nos Açores - 30 de Abril de 2013

 
Link

Sismo dos Açores teve já mais de 100 réplicas


(actualizado às )






Com epicentro a 34 quilómetros da ilha de São Miguel, foi o sismo de maior magnitude sentido nos Açores desde 2007. Não há registo de vítimas ou danos.


Mais de uma centena de pequenas réplicas do sismo com epicentro na ilha de São Miguel foram registadas nesta terça-feira nos Açores, revelou ao PÚBLICO o director executivo do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), João Luís Gaspar.
 
O primeiro e mais forte abalo foi sentido às 6h25 (7h25 de Lisboa) e teve uma magnitude de 5,9 na escala de Richter, segundo o US Geological e de 5,8 na escala de Richter, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Entre a hora do sismo inicial e as 14h foi registada mais de uma centena de réplicas, sendo a de maior magnitude de 4,4 na escala de Richter.
 
“Foi dos eventos de maior magnitude verificados nas imediações da ilha de São Miguel desde 2007”, frisa o director do Sistema de Vigilância Sismológica dos Açores - SIVISA. “Trata-se de um sismo de origem tectónica normal numa zona activa conhecida do arquipélago, na fronteira entre a placa euro-asiática e a placa africana”, acrescenta João Luís Gaspar.
 
Com magnitude relativamente elevada, o sismo “tem sido seguido também, como é normal nestas circunstâncias, por réplicas, duas das quais sentidas na ilha de São Miguel com fraca intensidade”, revela o responsável pelo observatório sismovulcânico dos Açores. “É expectável que nas próximas horas continuem a ocorrer mais réplicas”, admite.
 
O facto de o epicentro ficar 34 quilómetros a sudeste de São Miguel fez com que não houvesse vítimas e fossem insignificantes os danos causados nesta ilha. “O cenário seria completamente diferente se ocorresse mais próximo e traria outras consequências, nomeadamente para o parque habitacional vulnerável à actividade sísmica”, frisa Gaspar. E recorda a destruição provocada, há quase 15 anos no Faial, por um terramoto com praticamente a mesma magnitude (5,8 na escala de Richter), mas com epicentro cinco quilómetros a nordeste da ilha.
O terramoto registado a 9 de Julho de 1998 provocou a destruição generalizada das freguesias de Ribeirinha, Pedro Miguel, Salão e Cedros na ilha do Faial, atingindo também várias localidades do Pico. Morreram nove faialenses e 1700 pessoas ficaram desalojadas.
 
Na escala qualitativa de Mercalli modificada, com o grau máximo de XII e usada para determinar a intensidade de um sismo a partir dos seus efeitos sobre as pessoas e sobre as estruturas construídas e naturais, a fúria ocorrida no Faial foi de intensidade VIII-IX (efeito entre o ruinoso e destruidor), acima do nível V-VI (entre o forte e bastante forte) registada na madrugada desta terça-feira na ilha de São Miguel. Este evento foi ainda sentido nas ilhas de Santa Maria, com intensidade V, e na ilha Terceira.
 
O SIVISA e a Protecção Civil dos Açores “continuam a acompanhar a situação” e recomendam à população “os cuidados normais para situações típicas de actividade sísmica”, alerta Gaspar.
Ricardo Barros, presidente da Protecção Civil dos Açores, disse à rádio TSF, que não há destruição. Os Bombeiros de São Miguel e Santa Maria estão no terreno a avaliar a situação após este forte sismo". A Protecção Civil dos Açores encontra-se no terreno, com os bombeiros locais, a averiguar se o sismo provocou danos humanos e materiais, mas até ao momento não há qualquer registo. Fonte dos bombeiros da localidade de Povoação disse à Lusa que “não foram registados danos” e que “não receberam ainda telefonemas de alerta”, até porque “a população já está habituada” à actividade sísmica.
 
in Jornal PÚBLICO, 30 de Abril de 2013 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Gás natural em Portugal - Aquisição e Importação

 
Aquisição e Importação


 

Portugal é caracterizado por não ter jazigos de gás natural, ou seja, não há produção de gás natural em território nacional.

O aprovisionamento de gás natural para o mercado português é efectuado através de entradas no sistema por via da interligação com Espanha (Campo Maior e Valença) e do terminal portuário de Sines, através de contratos take-or-pay de longo prazo em que os principais países fornecedores de gás natural são a Argélia e a Nigéria.

Assim, o fornecedor mais importante de gás natural a Portugal, actualmente, é a Sonatrach a partir do jazigo em Hassi R’Mel - Argélia. O transporte é feito através do gasoduto do Maghreb até Tânger e através do Estreito de Gibraltar até Tarifa. Desta localidade segue em gasoduto até próximo de Badajoz, entrando no território nacional em Campo Maior. A capacidade da interligação de Campo Maior é de 122,4 GWh/dia (cerca de 420 000 m3/h).
O segundo fornecedor mais importante é a Nigéria, mas através da forma liquefeita (GNL). Este GNL chega em navios metaneiros ao terminal de Sines, com uma capacidade nominal de emissão para a rede de 192,8 GWh/dia (cerca de 675 000 m3/h).

A repartição do aprovisionamento é ilustrada na figura seguinte, onde se pode observar que, para os últimos três anos, o terminal de GNL de Sines (contratos de GNL com proveniência da Nigéria) assegurou a maior parte do abastecimento de gás natural no mercado português, com o valor de 2009 a representar cerca de 55% do volume total de gás contratado para o mercado nacional.
Em 2007 e 2008 registou-se a utilização da infra-estrutura de armazenamento subterrâneo para a compensação de períodos de menor disponibilidade de emissão de gás natural por parte do terminal de GNL de Sines.
 
 
in ERSE(2013)
 

sábado, 6 de abril de 2013

Litoral: A Praia de Esmoriz


 
 
in Terceira Dimensão - Fotografia Aérea (Duarte Fernandes Pinto)
 
 
 
Na fotografia podem observar-se vários aspectos interessantes da linha costa:
 
- costa baixa e arenosa
- traçado rectilíneo da linha de costa
- o problema da erosaão costeira
- a falta de "alimentação" sedimentar da praia
- o resultado da intervenção humana e a consequente alteração da linha de costa
com a construção de pontões e de paredões.

 

Sugalidal torna-se o segundo maior produtor mundial de concentrado de tomate



 
O grupo português Sugalidal, de Benavente, tornou-se, em 2012, o segundo maior produtor mundial de concentrado de tomate, depois de ter adquirido uma fábrica no Chile, a Tresmontes Luchati.
 
Com um processamento de 1150 milhões de toneladas de tomate, um aumento de 143% em relação a 2011, a Sugalidal passou a ocupar o segundo lugar do ranking mundial a seguir à norte-americana Morning Star [produção de 3079 milhões de toneladas]. Os dados constam da edição de Abril do TomatoLand. A subida deve-se, segundo explicou a Sugalidal, “sobretudo à aquisição, em meados de 2012, da empresa chilena Tresmontes Luchetti que permitiu, praticamente, a duplicação da sua produção anual.”
 
Com fábricas em Portugal, Espanha e Chile, o grupo português vai “terminar o ano com uma quota de mercado de 3,5 por cento a nível mundial”.
 
“A aquisição da fábrica no Chile permitiu diversificar a fonte de matéria-prima, estando, assim, menos exposto a variações de produção que possam existir ao longo do ano”, avançou a empresa. “Com a aquisição dos activos da Tresmontes Luchati tornamo-nos fornecedores globais de clientes globais e passámos a ter maior capacidade de gerir a nossa carteira de encomendas”, acrescentou.
 
A americana Morning Star manteve em 2012 a liderança mundial, com uma produção de 3079 milhões de toneladas de concentrado de tomate, um crescimento de 9,52 por cento e uma quota de mercado de 9,33 por cento. A chinesa Tunhe passou de segundo lugar, em 2011, para quarto lugar contra com 1030 milhões de toneladas, menos 55,4 por cento.
 
 
in PÚBLICO
 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Portugal é independente no vinho mas muito dependente do exterior nos cereais


Portugal é excedentário em vinho Paulo Ricca





Muito do que Portugal consome a nível alimentar é produzido no país. No caso dos produtos agrícolas, que incluem vinho e azeite, os portugueses conseguem garantir 83% das suas necessidades. Esse valor desce para os 82% no caso dos produtos de pesca e para 79% no que diz respeito aos produtos da indústria alimentar. Já nas bebidas (sem vinho), a fasquia sobe para os 96%. O que significa que, em média, a auto-suficiência alimentar situa-se nos 81%.
 
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), que analisa os dados para o período de 2006 a 2010, os produtos agrícolas onde Portugal é praticamente independente do exterior são o azeite, as hortícolas, os ovos e os frutos secos. No vinho é excedentário. A maior dependência do estrangeiro surge nos cereais e oleaginosas.
Já no que diz respeito à indústria alimentar, os portugueses conseguem garantir o seu abastecimento no caso dos frutos e hortícolas transformados e é excedentário em conservas de peixe. Mas a indústria da pesca é ainda escassa para a procura pois Portugal tem de importar mais de metade do que consome no que toca a peixe congelado, seco e salgado.
 
Outro sector com grande dependência do exterior é o dos cereais, que representam, em valor, 42,4% das compras no estrangeiro de bens agrícolas. “A produção nacional é pouco competitiva no sequeiro mas tem margem de progressão no regadio, particularmente para a cultura do milho. Relativamente às oleaginosas, a situação altamente deficitária dificilmente será corrigida, dado que as condições edafo-climáticas nacionais não são favoráveis à produção das principais oleaginosas (soja e colza)”, explica o INE
 
O valor médio anual da produção agrícola situou-se próximo dos 7000 milhões de euros entre 2006 e 2010 crescendo 1,2%, em média, por ano. O azeite e o vinho valem praticamente um quarto do valor total da produção, enquanto a pecuária vale outros 23,3%.
“As transacções dos produtos agrícolas entre 2006 e 2011 representaram, em média, 4,1% do valor global das importações e 3,2% das exportações. O saldo da balança comercial deste tipo de produtos apresentou um défice de 1,3 mil milhões de euros e uma taxa de cobertura de 48,4%”, adianta ainda o INE.
 
As trocas comerciais de produtos agrícolas fazem-se sobretudo com países da UE. Os principais fornecedores são Espanha e França, os mesmos mercados para o país exporta mais. Dos EUA e Canadá chegam ao país essencialmente sementes de oleaginosas e cereais.

In PUBLICO

quarta-feira, 20 de março de 2013

Ministra da Agricultura confiante em “fecho equilibrado” da reforma da PAC


Assunção Cristas fala em ganhos para Portugal no que diz respeito aos regadios, às florestas, aos pomares extensivos e à vinha.





A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, afirmou-se nesta terça-feira confiante, em Bruxelas, num “fecho equilibrado” da reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que está a ser actualmente negociada, apontando que Portugal já garantiu “ganhos significativos”.
“Nós estamos prestes a fechar os regulamentos da reforma da PAC e, neste momento, estamos muito próximo de ter o objectivo assumido por Portugal e por outros países de conseguirmos ter uma reforma mais equilibrada entre os países e dentro do nosso próprio pais, evitando transições abruptas que seriam muito nefastas para alguns sectores, e, ao mesmo tempo conseguirmos uma agricultura muito mais amiga do ambiente”, declarou.

Assunção Cristas, que falava à margem de uma reunião de ministros da Agricultura dos 27, iniciada na segunda-feira e que se prolonga hoje, com vista a ser acordada a posição negocial do Conselho (Estados-membros), disse que, neste momento, há “ganhos significativos já assegurados para Portugal” relativamente à proposta inicial da Comissão Europeia, dando quatro exemplos.

Segundo a ministra, casos de ganhos são “o apoio a novas áreas regadas, que estava prejudicada pelas propostas iniciais da Comissão”, a possibilidade de se apoiar “de forma mais generosa as florestas, com taxas de apoio melhores do que aquelas que estavam propostas”, a possibilidade de se considerarem como “amigas do ambiente” e, portanto, com uma ajuda a 100%, áreas de cultura permanentes, nomeadamente pomares extensivos, e, por fim, a possibilidade “de prolongar um sistema de direitos de plantação da vinha”.


“Creio que o que conseguimos até agora já foi muito positivo (…) Os resultados até agora alcançados são bastante positivos”, pois corria-se o risco, com as propostas da Comissão Europeia, de haver, em Portugal, “sectores muito penalizados”.

“Creio que estamos no bom caminho para ter um fecho equilibrado da reforma da PAC”, sintetizou

Os ministros da Agricultura da União Europeia deverão definir durante o Conselho que ainda decorre em Bruxelas – e que se poderá prolongar pela noite - a sua posição negocial sobre a reforma da PAC, esperando-se um acordo com o Parlamento Europeu e a Comissão até final de Junho.

O Parlamento Europeu (PE) adoptou, a 13 de Março, quatro propostas legislativas sobre a reforma da PAC que dizem respeito aos seguintes capítulos: pagamentos directos aos agricultores, organização comum de mercado, desenvolvimento rural e regulamento horizontal sobre o financiamento, a gestão e o acompanhamento da PAC.

Com a adopção, pelos ministros da tutela – que se reúnem na segunda e terça-feira –, da posição do Conselho ficarão reunidas as condições para se iniciarem os trílogos negociais (Conselho, PE e Comissão Europeia) em Abril.

Se as negociações tripartidas terminarem em Junho, sairá a adopção formal de um texto legislativo no Outono.

in  PÚBLICO (Lusa