Vídeo in Público
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
A área eucalipto tornou-se maior do que a ocupada pelo pinheiro-bravo em território nacional
A área do eucalipto cresceu 16% desde 1995 e tornou-se maior do que a ocupada pelo pinheiro-bravo em território nacional, destaca o jornal Público com base nos dados preliminares do mais recente «Inventário Florestal Nacional» de 2010.
O relatório reconhece, pela primeira vez, que o eucalipto é a espécie que mais área ocupa na floresta portuguesa, encerrando uma era em que o pinheiro era a árvore dominante do país, refere o diário na edição desta quarta-feira.Assolado por mais de uma década de incêndios, por pragas como a do nemátodo e da falta de gestão, o pinhal nacional está em perda permanente desde meados dos anos noventa. Entre 1995 e 2010 a área ocupada pelo pinheiro bravo encolheu 13%.
Em contrapartida, os eucaliptais cresceram no mesmo período 16% e, actualmente, ocupam 750 mil hectares do território nacional, contra cerca de 600 mil do pinheiro bravo.
O ex-diretor-geral das Florestas, João Soares, não se surpreende com os números uma vez que o eucalipto "é a única árvore que dá alguma rendibilidade aos proprietários". A título de exemplo, "num ecossistema com níveis de precipitação superiores a 800 milímetros por ano, um hectare de eucalipto pode render ao fim de dez anos quatro mil euros; no pinhal, são precisos 35 anos até que se possa aproveitar a madeira de qualidade", refere o diário.
Ainda, de acordo com João Soares, o crescimento do eucalipto até se transformar na espécie dominante no país "corresponde à resposta dos produtores florestais às condições económicas com que se deparam".
Notícia in Dinheiro digital.com
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
MTI poderá investir 600 milhões de euros nas minas de ferro
foto Eduardo
Pinto/JN
O administrador, Vítor Correia, admitiu essa possibilidade, esta Quarta-feira
à noite, após uma sessão pública de apresentação do projecto à população do
concelho.
Para já, o único investimento que esta empresa de capitais nacionais e
estrangeiros dá por assegurado é o de 12 milhões de euros. Destina-se à
elaboração de estudos de viabilidade do projeto, que incluem o impacto ambiental
e o económico e social. É o que está previsto no contrato celebrado com o
Governo em novembro de 2012, que compromete a MTI-Ferro de Moncorvo S.A. com 1,2
milhões de euros de caução, para garantir que o projeto é mesmo executado.
Vítor Correia preferiu sempre falar com alguma cautela, até porque em
Moncorvo ainda ninguém esqueceu a promessa de investimento nas minas de ferro de
mil milhões de euros por parte da multinacional Rio Tinto e que acabou por não
dar em nada. De resto, da farta plateia saíram várias questões que provaram a
desconfiança de quem vive no concelho. Por isso, o responsável esclareceu que os
600 milhões de euros são "uma possibilidade que está dependente das soluções que
forem aprovadas em sede de avaliação de impacte ambiental".
Questionado pelos jornalistas sobre a aposta da MTI na exploração de uma
jazida de minério de ferro, a maior da Europa, da qual a anglo-australiana Rio
Tinto desistiu o ano passado, Vítor Correia defendeu "que as grandes empresas
exploradoras têm capacidade de intervenção à escala global e este não é o único
jazigo de ferro que eles têm em carteira. Numa altura em que o valor do ferro
diminui é natural que eles tenham optado por soluções onde a exploração é feita
de forma mais económica".
A MTI acredita que o projeto para Moncorvo "tem viabilidade" e está disposta
a "levá-lo até ao fim". O transporte do minério de ferro para o Porto de Aveiro
deverá ser feito através de um mineroduto a construir de raiz, que representará
"um terço do investimento total". Esta é a alternativa com custo de instalação
mais elevado, "um milhão de euros por cada quilómetro de mineroduto", mas com
exploração mais barata do que o transporte fluvial ou ferroviário ao longo do
rio Douro.
Quanto à criação de emprego direto, Vítor Correia falou em "algumas centenas
de postos de trabalho" - o presidente da Câmara, Aires Ferreira, aponta para
"400 a 500, sendo 25% da região" - pois "as minas modernas não têm muita
mão-de-obra na exploração". O número mais significativo situa-se "na
transformação e sobretudo nos serviços associados". Já a quantidade de empregos
indiretos, "é obtido multiplicando por sete o número de postos de trabalho
directos", notou ainda o administrador da MTI.
Como contrapartida da exploração, 0,5% do valor da venda do concentrado do
minério de ferro nos mercados reverterá a favor do desenvolvimento de Moncorvo.
Num rápido exercício matemático, Vítor Correia explicou que se numa primeira
etapa forem exploradas um milhão e meio de toneladas anuais, e forem vendidas ao
preço atual de 143 dólares (107 euros) por cada uma, meio por cento
corresponderá a 1.072.500 dólares (805 mil euros) que ficarão no concelho.
Com esta percentagem fica satisfeita uma das exigências do presidente da
Câmara de Torre de Moncorvo, que sempre acreditou que o minério de ferro seria
um dia explorado, mas nunca antes de "2019 ou 2020". Lamentou, porém, que já
"não seja possível recuperar o projeto eólico" para aquela zona do concelho. Em
contrapartida salientou as "muitas centenas de milhares de euros anuais que
durante as dezenas de anos de exploração devem servir para garantir
sustentabilidade ao concelho, que fica sem o seu principal recurso de subsolo".
A outra contrapartida de que Aires Ferreira não abdica é que a sede social da
exploração fique no seu concelho.
Em resposta às associações ambientalistas que recentemente solicitaram a
suspensão da exploração experimental das minas de ferro de Moncorvo, baseada na
inexistência de estudos sobre a salvaguarda das colónias de morcegos que vivem
nos túneis, Vítor Correia sublinhou que "a MTI está disponível para colaborar
pois este projecto só faz sentido se for sustentável. As questões sociais e
ambientais serão determinantes na formatação do projecto".
Notícia in Jornal de Notícias/Eduardo Pinto
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