terça-feira, 25 de junho de 2013

Números de 2011 confirmam envelhecimento e desertificação do interior

Catarina Durão Machado  em

O estudo “Onde e como se vive em Portugal” do INE revela realidade da população portuguesa em 2011.



Paulo Ricca


Os novos dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), no relatório “Onde e como se vive em Portugal”, relativo ao ano de 2011, vêm confirmar o cenário de um país com 10,6 milhões de habitantes, cuja população é mais escassa no interior e com um número significativo de idosos a viverem sozinhos ou na companhia de outros idosos.

O estudo reflecte sobre a realidade da população e da habitação em Portugal, distribuída por Nomenclaturas de Unidades Territoriais (NUTS II), ou seja, por sete sub-regiões: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira.
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A maior densidade populacional encontra-se na região de Lisboa, com 940 habitantes por Km2, no entanto, ocupa o segundo lugar (27%) da região mais populosa de Portugal, sendo a região Norte a detentora do maior número de residentes (com 35%).
A região Centro ocupa o terceiro lugar, com 22% da população portuguesa. Os municípios mais populosos do país são Lisboa (548 mil), Sintra (378 mil), Vila Nova de Gaia (302 mil), Porto (238 mil) e Cascais (206 mil), todos exemplos do litoral português.
Em contrapartida, os municípios com menor índice populacional são o Corvo, nos Açores, (430 habitantes), Barrancos, no Alentejo, (1.800), Porto Moniz, no arquipélago da Madeira, (2.700), Alcoutim, no Algarve, (3 mil), Penedono, no distrito de Viseu, (3 mil), e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, (3.200).
Segundo o estudo, resultante das conclusões definitivas dos Censos 2011, 19% da população tem idade igual ou superior a 65 anos, sendo que ”cerca de 60% vive só ou com outras pessoas do mesmo grupo etário”.
Da contabilidade feita aos alojamentos familiares, cerca de 14% são ocupados por idosos, sendo que metade deste número é atribuída a idosos a viverem sozinhos. “É na região da Madeira que se verifica a maior proporção de alojamentos ocupados por idosos sós”, refere o relatório.
Os municípios de Alcoutim, no Algarve, de Penamacor e Vila Velha de Ródão, na região Centro, são quem tem mais residentes com idade igual ou superior a 65 anos, com cerca de 43% das respectivas populações.

No entanto é no Alto Alentejo que se regista a maior concentração de população idosa, sendo Gavião, Nisa e Crato as zonas mais envelhecidas da região alentejana. Por outro lado, os municípios com menos população idosa pertencem à Região Autónoma dos Açores, nomeadamente a Ribeira Grande (8,6%) e a Lagoa (10%), ambos municípios pertencentes à Ilha de São Miguel.

Quanto à habitação, “entre os 5,1 milhões de alojamentos clássicos ocupados, cerca de 78% são residências habituais e 22% residências secundárias ou de uso sazonal”, revela o estudo.
Lisboa lidera no número de residências habituais, sendo também a região onde os habitantes compram e arrendam mais casas, por oposição à região Centro, onde as residências pertencem aos próprios habitantes. A região do Algarve apresenta o maior número de residências secundárias.



 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Temperaturas acima dos 30ºC na próxima semana

A partir de segunda-feira, as temperaturas máximas disparam e podem aumentar mais de dez graus em relação às desta semana.



Carta sinóptica (previsão) para Sábado dia 22.Junho.2013 (www.eltiempo.es)



A chuva e as temperaturas perto dos 20ºC vão desaparecer neste fim-de-semana e o calor vai regressar a partir de segunda-feira em Portugal continental. Segundo previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os termómetros deverão chegar aos 34ºC na região de Lisboa, uns quatro graus acima da média do esperado para Porto e Faro.
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O IPMA indica no site que, para a próxima sexta-feira, haverá ainda registo de céu muito nebulado nas regiões Norte e Centro, até meio da manhã, mas a temperatura mínima irá subir. Em Lisboa, os termómetros vão oscilar entre os 23ºC de máxima e os 15ºC de mínima, no Porto entre os 20ºC e os 13ºC e, em Faro, o calor já se fará sentir com a previsão de máximas de 29ºC e 17ºC de mínima.
No sábado, as nuvens vão desaparecer e o IPMA espera “uma pequena subida da temperatura máxima, mais significativa nas regiões do interior e no vale do Tejo”, com Lisboa a registar uma máxima de 26ºC, Porto de 22ºC e Faro de 31ºC. Até à próxima quarta-feira, a Região Sul do país será a que irá registar temperaturas com menor oscilação, entre os 29ºC e os 31ºC.
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A partir de domingo, a temperatura vai aumentar e, na segunda-feira, os termómetros vão disparar para os 33ºC em Lisboa e os 28ºC no Porto. Entre terça e quarta-feira, a região da capital vai manter-se nos 34ºC de máxima e os 21ºC de mínima, enquanto mais a norte, na região do Porto, são esperados 30ºC de máxima e 19ºC de mínima.
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Na Madeira e nos Açores, o IPMA não prevê grandes oscilações de temperatura. À semelhança do continente, não é esperada a ocorrência de chuva a partir do fim-de-semana, mas o calor ainda está longe de chegar aos dois arquipélagos.
Na Madeira, as temperaturas vão oscilar entre sábado e a próxima quarta-feira entre os 20ºC e os 24ºC, enquanto, nos Açores, os termómetros não vão ultrapassar os 19ºC de máxima.




Cientistas descobriram fractura tectónica em formação ao largo da costa portuguesa



Após os grandes terramotos de 1755 e 1969 em Portugal, já se suspeitava que algo estivesse a acontecer no fundo do Atlântico, próximo da Península Ibérica. Agora, cientistas portugueses, australianos e franceses afirmam ter descoberto os primeiros indícios desse fenómeno.



A descoberta de uma zona de subducção nas suas primeiríssimas fases de formação, ao largo da costa de Portugal, acaba de ser anunciada por um grupo internacional de cientistas liderados por João Duarte, geólogo português a trabalhar na Universidade de Monash, na Austrália.
A confirmar-se que o fenómeno, em que uma placa tectónica da Terra mergulha debaixo de outra, está mesmo a começar a acontecer, como concluem estes cientistas num artigo publicado online pela revista Geology, isso significa que, daqui a uns 200 milhões de anos, o oceano Atlântico poderá vir a desaparecer e as massas continentais da Europa e América a juntar-se num novo supercontinente.
João Duarte e a sua equipa de Monash, juntamente com Filipe Rosas, Pedro Terrinha e António Ribeiro, da Universidade de Lisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera – e ainda Marc-André Gutcher, da Universidade de Brest (França) – detectaram os primeiros indícios de que a Margem Sudoeste Ibérica – uma margem “passiva” do Atlântico, isto é, onde aparentemente nada acontecia – está na realidade a tornar-se activa, explica em comunicado aquela universidade australiana. A formação da fractura foi detectada através do mapeamento pelos cientistas, ao longo de oito anos, do fundo do oceano nessa zona.
Detectámos os primórdios da formação de uma margem activa – que é como uma zona de subducção embrionária”, diz João Duarte, citado no mesmo comunicado.
E o investigador salienta que a actividade sísmica significativa patente naquela zona, incluindo o terramoto de 1755 que devastou Lisboa, já fazia pensar que estivesse a produzir-se aí uma convergência tectónica.
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A existência desta zona de subducção incipiente ao largo de Portugal poderá indiciar que a geografia dos actuais continentes irá evoluir, ao longo dos próximos 220 milhões de anos, com a Península Ibérica a ser empurrada em direcção aos Estados Unidos. Este tipo de fenómeno já terá acontecido três vezes ao longo de mais de quatro mil milhões de anos de história do nosso planeta, com o movimento das placas tectónicas a partir antigos supercontinentes (como o célebre Pangeia, que reunia todos os continentes actuais) e a abrir oceanos entre as várias massas continentais resultantes.
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O processo de formação da nova zona de subducção deverá demorar cerca de 20 milhões de anos, fornecendo aos cientistas uma “oportunidade única” de observar o fenómeno de activação tectónica.
 



 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

“Já há sintomas da crise demográfica em Portugal”



A propósito do último relatório da OCDE sobre migrações, o geógrafo Jorge Malheiros explica que emigração portuguesa está “entre as 80 mil e as 100 mil saídas por ano, desde 2010”.
 
Paulo Pimenta
 

Há mais portugueses a emigrar, sobretudo para fora da União Europeia. O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre migrações estima que 44 mil pessoas deixaram o país em 2011, contra as 23 mil saídas de 2010. Mas a própria OCDE sublinha aquilo que já se sabia: a emigração portuguesa é difícil de contabilizar, sobretudo quando se dá no espaço de livre circulação da União Europeia, pelo que as estatísticas oficiais estão muito aquém da realidade.
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“Os números do relatório são os fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, que contabiliza apenas as saídas superiores a um ano, sendo que mesmo nessas há um erro de amostra”, explica Jorge Malheiros, geógrafo e um dos responsáveis pelo contributo português para o relatório da OCDE.
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Segundo os cálculos deste especialista, haverá “entre 50 a 60 mil” portugueses a sair de Portugal por mais de um ano. Se a estes somarmos a “emigração temporária”, ou seja, por menos de um ano, “os números andarão à volta de 80 a 100 mil saídas por ano”.
Esta tendência, com repercussões já visíveis na diminuição do número de residentes em Portugal, “mantém-se nesta ordem de valores pelo menos desde 2010”, segundo Malheiros, para quem “2013 não será diferente”.
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Declarando-se “normalmente optimista”, Jorge Malheiros diz-se “obrigado a reconhecer que, nesta altura, já há sintomas de crise demográfica em Portugal”. Isto também porque o país está igualmente a perder imigrantes. Há menos gente a entrar, por um lado, e mais imigrantes a optarem por regressar aos países de origem, por outro.
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Sobre a imigração em Portugal o relatório da OCDE começa por apontar para um aumento de 30% em 2011, num total de 39.400 entradas. Mas, segundo Jorge Malheiros, este aumento não é real, correspondendo antes a “uma alteração na forma de cálculo” operada naquele ano. De resto, o próprio relatório diz que as autorizações de residência concedidas por Portugal diminuíram de 50.700 para 45 mil, de 2010 para 2011.
Do mesmo modo, o número total de estrangeiros a residir em Portugal diminuiu 2% em 2011, para as 439 mil pessoas. Destes, os brasileiros são 25%, seguidos dos ucranianos (11%) e dos cabo-verdianos (10%).
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E a descida só não é maior por causa do reagrupamento familiar e do crescimento do número de estudantes estrangeiros em Portugal, nomeadamente brasileiros. “Há já, de facto, uma redução do número de trabalhadores estrangeiros em Portugal, só compensada pelo aumento dos estudantes”, acentua aquele especialista.

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Greve leva ao cancelamento de metade dos voos em França




Sergio Moraes/Reuters


Os controladores de tráfego aéreo franceses abandonaram o trabalho no início de uma greve de três dias que começou esta terça-feira, deixando em terra centenas de aviões num protesto contra os planos da União Europeia de liberalizar o espaço aéreo comunitário.
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Um em cada dois voos para Paris, Lyon, Nice, Marselha, Toulouse e Bordéus foram cancelados, disse a autoridade para a aviação civil francesa, citada pela Reuters.
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Os trabalhadores estão preocupados com os planos da UE para a criação de um "Céu Único Europeu", receando que estes possam prejudicar as suas condições de trabalho.

O aeroporto de Marselha, no sul da França, disse no seu site da Internet, que foi afectado menos que os outros, com apenas um terço dos voos cancelados, ou seja, cerca de 100. Mas de 70 voos foram foram canceladas no aeroporto de Nice.
A britânica easyJet da Grã-Bretanha anunciou que iria cancelar 10 a 11 voos diários para Toulouse na terça e quarta-feira e que depois divulgaria o que aconteceria na quinta-feira. A Air France disse que tinha cancelado um número indeterminado de voos de curto e médio curso.
Os preparativos para o primeiro voo na Europa de novo Airbus A350 também foram afectados pela greve, disseram fontes dos Transportes franceses.
Por seu lado a TAP já tinha anunciado na segunda-feira que iria cancelar 19 voos de e para França em cada um dos três dias de greve.
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“Face à greve no controlo de tráfego aéreo em França, marcada para os dias 11,12 e 13 de Junho, foi indicada a todas as companhias aéreas com operação para aquele país a necessidade de reduzir em cerca de 50% a sua operação normal”, comunicou a companhia aérea portuguesa na sua página oficial na Internet, onde publicou a lista de voos que serão cancelados.

Segundo a Lusa, a TAP solicitava a todos os passageiros dos voos indicados que ainda não foram contactados que entrem em contacto com a companhia através do centro de contacto ou via Facebook.
Nesta segunda-feira de manhã, confirmou-se que 20 voos de várias companhias aéreas com partidas e chegadas nos aeroportos de Lisboa e Porto de e com destino a França foram cancelados. De acordo com informação do site da ANA na Internet, estavam cancelados quatro voos da TAP, um da Vueling, um da Air France e outro da Easyjet com partida de Lisboa com destino aos aeroportos de Orly e Charles de Gaulle, em Paris, Marselha, Nice e Lyon.
No que diz respeito às chegadas ao aeroporto de Lisboa, foram cancelados quatro voos, três da TAP e um da Air France provenientes de Paris, Lyon e Marselha.
No aeroporto Sá Carneiro, no Porto, foram cancelados quatro voos da Ryanair, da Vueling, da TAP e da EasyJet com destino a Paris, adiantou a Lusa.


domingo, 2 de junho de 2013

Pedro Nunes - Exposição 360º - Ciência Descoberta - FCG





Pedro Nunes (1502-1578)
Manuscrito de Florença (Florença, Biblioteca Natzionale Centrale) - Séc. XVI
 
 
O único manuscrito de Pedro Nunes que se conhece.
Contém importantes desenvolvimentos sobre as propriedades matemáticas
da linha de rumo, mais tarde chamada
"Curva loxodrómica".