sábado, 21 de abril de 2012

Açores - Geologia da Ilha de S. Miguel







A geologia da ilha de São Miguel é marcada por três aparelhos vulcânicos: Fogo, Sete Cidades e Furnas. As rochas mais antigas, com 4,1 M. a., localizam-se no extremo nordeste, com vestígios de um vulcão inactivo altamente erodido na localidade de Povoação.

S. Miguel iniciou a sua formação há 4,1 M. a. e foi sendo sucessivamente aumentada pelo material expelido em novas erupções.


A actividade vulcânica mais recente encontra-se na parte Este da ilha (Sete Cidades e Picos). Neste sector existem depósitos de piroclastos basálticos. A caldeira das Sete Cidades ter-se-á formado há aproximadamente 16 000 anos, com 17 erupções nos últimos 5000 anos. No interior da cratera, e devido à presença de água, as erupções foram explosivas, enquanto que nas vertentes exteriores apresentaram estilo havaiano-estromboliano.

O vulcão do Fogo, na parte central, apresenta uma caldeira com 3,25 km de diâmetro, com um lago no seu centro. Nos flancos do vulcão existem extensos depósitos de piroclastos. As rochas mais antigas desta região possuem uma idade absoluta de 280 000±140 000 anos, tendo-se formado em ambiente submarino. Após duas erupções importantes verificou-se o abatimento da estrutura e a formação de uma caldeira há 46 500 e 26 500 anos. Nos últimos 40 000 anos a actividade tornou- -se mais explosiva ocorrendo dentro da caldeira. Nos últimos 15 000 anos há o registo de 20 erupções, com dois registos históricos (1953 e 1954), sempre de carácter explosivo ao nível da cratera. Em 1563, uma erupção explosiva (subpliniana), com emissão de lava, soterrou parte da povoação de Ribeira Seca.
O vulcão das Furnas encontra-se perto da região nordeste e a sua caldeira (5 km de diâmetro) ter-se-á formado há 12 000-10 000 anos. É o vulcão mais recente e estudado no contexto dos Açores, tendo ocorrido alguns episódios vulcânicos curtos nos últimos 5000 anos (dois históricos), de carácter explosivo (pliniano a subpliniano). Em 1630, uma erupção com formação de escoadas piroclásticas terá morto 195 pessoas na ilha.
OLIVEIRA, Óscar et al - Desafios Geologia 10, vol 1, Edições ASA, Lisboa, 2009.

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